A terapia assistida por animais consiste na utilização de animais como ajuda ou complemento nas terapias tradicionais com o objetivo de proporcionar benefícios físicos, cognitivos, sociais e emocionais.
É possível utilizar muitos animais – desde cães, os mais utilizados, até coelhos –, as modalidades mais reconhecidas são a hipoterapia, a delfinoterapia e as terapias com animais de companhia.
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Hipoterapia
Consiste em atividades realizadas com cavalos com o objetivo de contribuir positivamente ao desenvolvimento cognitivo, físico, emocional, social e ocupacional das pessoas que sofrem algum tipo de deficiência ou necessidade especial.
Dentro do campo da hipoterapia, encontram-se a equitação psicopedagógica, equitação adaptada, terapias ocupacionais e a hipoterapia stricto sensu, a qual consiste em aproveitar os movimentos do cavalo para estimular o sistema nervoso e muscular, conseguindo assim uma reabilitação e melhoria na área motora.
Sabia que, por exemplo, um cavalo a trote transmite à pessoa que o monta um total de 110 movimentos diferentes por minuto?
Além dos cavalos, também se utilizam burros. A chamada asinoterapia tem a vantagem de que os burros, ao serem mais pequenos, não causam tanta intimidação como o cavalo, conseguindo-se quase desde o início, uma grande vinculação psicoafetiva com o animal.
Delfinoterapia
Consiste em nadar e em interagir com um ou mais golfinhos. Utiliza-se, principalmente, para terapias infantis em casos de paralisia cerebral, perturbações gerais do desenvolvimento, perturbação do espectro do autismo e atraso psicomotor.
Os benefícios deste tipo de terapia, além dos associados, em geral, à interação com animais no contexto não terapêutico, estão relacionados com os sons que os golfinhos emitem através do seu sistema de ecolocalização. Acredita-se que o sistema de comunicação natural – pelo qual os golfinhos reconhecem o seu entorno através de ondas ultrassônicas de altíssima frequência que chegam a ultrapassar os 80 Khz –, penetram no sistema nervoso de quem está em contacto com eles, estimulando determinadas zonas cerebrais, além de ativar o sistema imunitário e autorregular os processos corporais.
A delfinoterapia, além de ser a terapia menos acessível devido à disponibilidade do lugar e do animal, é também a mais discutida porque, cientificamente, não se comprovaram ainda os seus benefícios e porque, desde a perspetiva protecionista, é a menos ética, uma vez que os golfinhos são afastados do seu habitat natural e das suas famílias, submetidos a longas sessões de treino e a condições artificiais que lhes provocam stress.
Terapia com animais de companhia
A terapia com animais de criação é a que conta com maior acessibilidade a nível de instalações e a nível económico. Além do mais, utilizam-se animais que são conhecidos desde a perspetiva veterinária e desde o ponto de vista do adestramento, o que é especialmente importante para a sua utilização terapêutica.
A terapia assistida por cães, canino-terapia, é a mais utilizada e documentada, mas não é a única. Outros animais de companhia utilizados frequentemente são:
- Os animais de criação. Por exemplo, utilizam-se em pessoas com deficiência intelectual.
- São utilizados principalmente como estímulos visuais naturais, por exemplo, comprovou-se que utilizar pássaros em contextos coletivos de idosos pode aliviar a depressão e impulsionar a interação.
Em Inglaterra é uma grande tradição de utilização de pássaros e outros animais de pequeno tamanho como hamsters, porquinhos da Índica ou coelhos, relacionando-se a terapia com o cuidado dos animais.
- Costumam-se utilizar quando a pessoa tem alergia ou medo aos cães. Também são considerados mais indicados para as atividades com idosos.
- Peixes. Os peixes são altamente utilizados para a sua contemplação, reduzindo a ansiedade. Por exemplo, são vários os estudos que demonstram que expor aquários com peixes nas salas das consultas dos dentistas produz um efeito relaxante nos pacientes. Outro exemplo é a constatação por uma equipa de professores de psiquiatria da Universidade da Pensilvânia, de descidas de pressão sanguínea, redução da ansiedade e uma menor excitação fisiológica em crianças hospitalizadas que observaram um aquário.