O que são as indústrias culturais?
O termo “Indústria cultural” refere-se àquelas indústrias que criam, produzem e comercializam conteúdos criativos de natureza cultural. Estes conteúdos, normalmente protegidos por copyright e que podem ser reproduzidos à escala industrial, podem adotar a forma de um bem ou o serviço, sendo a sua marca identificadora a comercialização de uma criação ou obra culturalmente significativa.
Assim, uma indústria considera-se cultural quando se centra em produzir um bem ou serviço cultural com um fim comercial. Exemplos de indústrias culturais são a indústria discográfica, cinematográfica, editoriais, companhias de teatro… em que os bens ou serviços culturais que produzem são considerados principalmente com um critério industrial e comercial.
Indústria cultural e indústria criativa são a mesma coisa?
Apesar de que por vezes se argumenta que a indústria cultural é uma especialização da indústria criativa, muitas vezes utilizam-se estes termos como sinónimos.
Em sentido estrito, a indústria criativa abrange um conjunto mais amplo de atividades que inclui tanto as indústrias culturais como aquelas que dependem mais de produções de carácter artístico ou criativo, como a arquitetura ou a publicidade, os limites entre ambas são muito difíceis de precisar. Por exemplo, trabalhos de designers gráficos aplicados ao marketing publicitário que, em princípio, não se podem considerar cultura e que, contudo, são considerados obras artísticas e exibidas como tal ou, trabalhadores culturais, como os diretores de cinema que fazem trabalhos comerciais ou como os criativos em agências de publicidade, o termo a utilizar é indústria cultural.
As principais características das indústrias culturais são:
✔ Inclusão de um componente de criatividade como atividade central e que posteriormente é comercializado.
✔ Bens, serviços e atividades relacionados com os direitos de propriedade ou autoria.
✔ Atividades principalmente de natureza económica (criação de riqueza e emprego) e, também, de natureza cultual (criação de valores, sentido e identidades).
✔ Inter-relação entre setores e desenvolvimento principalmente associado aos meios de comunicação massivos.
Tipologia das indústrias culturais
Atendendo a um conceito amplio e incluindo todos os setores económicos que baseiam a sua atividade em produtos relacionados com a criatividade, a arte ou a cultura de forma “industrial”, as indústrias culturais não se limitam aos produtores de conteúdos, elas abrangem também todas as atividades relacionadas que contribuem à realização e difusão dos produtos culturais e criativos, isto é, reprodução e duplicação; suporte técnico e equipamento de apoio; promoção, difusão, circulação, venda e distribuição; conservação; comunicação, informação e formação.
Além do mais, também se incluem aquelas indústrias que utilizam o talento criativo com propósitos comerciais como a publicidade, a arquitetura, artes e antiguidades, artesanato desenho, moda… uma proposta de classificação atende a três critérios:
- Se se trata de sectores tradicionais das indústrias culturais
- Se implicam um processo produtivo dirigido ao “consumo cultural”
- Se se trata de um sector procedente das novas tecnologias aplicadas às indústrias culturais.
Há que ter em conta que:
A inter-relação de sectores dificulta em grande medida qualquer classificação, existindo para cada uma destas possíveis tipologias indústrias que, apesar de que inicialmente pertençam a um sector, também podem ser relacionados com outros,por exemplo, o caso dos concertos e atuações que pertencem primariamente ao sector das artes visuais e cénicas e, secundariamente, se relacionam com o sector fonográfico.
Atualmente, todas as tipologias se beneficiam da inclusão das novas tecnologias nos processos de criação, produção e difusão. Obviamente, nalgumas disciplinas como a música ou as artes visuais, a relevância das novas tecnologias é indiscutível, mas também em negócios mais associados às artes manuais, as mesmas têm vindo a ganhar terreno e importância.