14 características reveladas pela imagem pessoal

A imagem pessoal nunca tinha estado tanto em voga… Educam-se homens e mulheres para que saibam como se devem apresentar em sociedade, criando uma imagem, cujas características nos fazem falar do conceito de imagem pessoal.

Definição de imagem pessoal

Podemos definir a imagem pessoal como a identidade que a pessoa constrói através da sua indumentária e do cuidado das suas características físicas para se apresentar na sociedade, como prolongação do seu papel na mesma, da sua maneira de ser, de se comportar, de viver e de todas as características da sua personalidade.

De facto, durante muitos séculos, a sociedade dividiu-se em estamentos em função da imagem das pessoas: os detalhes de vestimenta, cabelo e até o tom da pele, marcavam o nível ou posicionamento social do individuo, podendo ser determinante na sua realização profissional e no seu crescimento sócio-profissional.

Durante séculos, primeiro na corte das monarquias absolutistas e depois as classes burguesas e acomodadas, utilizavam luvas-se para preservar as suas mãos de modo a que sempre estivessem suaves, sem curtir pelo sol, sinal de que não realizavam trabalhos físicos e, consequentemente, da sua posição social.

Também existia a mesma obsessão com o tom da pele do rosto. Em Versalhes criou-se a moda da maquilhagem esbranquiçada entre os membros da corte e, incluídas as damas, desde então, começaram a utilizar sombrinhas para evitar qualquer tipo de submissão às inclemências solares, sempre perseguindo como objetivo a manutenção rigorosa da sua imagem pessoal e, portanto, do seu peso social.

Tal costume chegou aos nossos dias nas sociedades asiáticas, que desde as suas épocas mais primárias, pintavam os seus rostos, especialmente as mulheres, com pó de arroz, para preservar a sua frescura e vigor e, ao mesmo tempo, afastar-se dos trabalhadores agrícolas, os quais estavam sempre tostados pelo sol.

Estas são apenas algumas notas daquilo que a imagem pessoal significou ao longo da história para o indivíduo. Em resumo:

  • Imagem social como objeto da educação desde o berço.
  • Via de extensão da personalidade do indivíduo.
  • Símbolo de status social.

Atualmente, a imagem pessoal volta a adquirir um novo valor e um novo peso em que a moda e os cuidados de beleza são parte essencial deste processo, especialmente no âmbito feminino e, de forma crescente, no masculino, procurando como substituição da obsessão pelo tom esbranquiçado da pele de tempos passados, a eterna juventude no tempo presente.

Além do mais, a imagem pessoal com a que as mulheres e os homens de hoje em dia se apresentam em sociedade tem muita influência no que deles se pense ou na sua projeção pessoal e profissional, influenciando, até as suas possibilidades de êxito.

Toda a gente julga pela imagem

Toda a gente julga pela imagem e, além do mais, desenvolvemos a capacidade de o fazer em escassos segundos sem, muitas vezes, tentar conhecer a pessoa, fazendo uma radiografia instantânea da mesma só pela forma como esteja vestida, penteada ou a aparência cuidada que apresente. Consequentemente, obtemos uma primeira opção pessoal que nos convida ou não a aproximar-nos a essa pessoa:

  • Aproximação: detetámos que a pessoa tem uma afinidade ou conexão com o nosso cânon estético e social. Gostamos da sua imagem, apreciamos a sua roupa ou os seus acessórios e, portanto, queremos aproximar-nos dela porque ou bem a consideramos “igual a nós” ou bem nos admira como “modelo a seguir” e queremos sentir-nos perto e em conexão com aquilo que admiramos.
  • Afastamento, detetámos que a pessoa não tem afinidade ou conexão com o nosso cânon estético e social. Não gostamos da sua imagem, não apreciamos a sua roupa ou acessórios e, portanto, queremos fugir dela. Em muitos casos pelo que os outros possam dizer sobre aqueles que nos acompanham e, noutros, por ato reflexo do nosso próprio ser.

Imagem pessoa através das redes sociais

A tudo isto se soma que construímos uma segunda imagem pessoal através das redes sociais, sobredimensionando o valor em origem da mesma, oferecendo uma conceção dual desta.

Projetamos nas redes sociais os valores mais idílicos da nossa imagem, oferecendo sempre uma visão sobredimensionada da nossa personalidade através das imagens que compartimos.

Retocamos as nossas fotografias, calculamos os planos mais favorecedores e só mostramos aquela parte da nossa vida de que gostamos ou que pensamos que mais estima social terá. E que, além do mais, medimos o nível de interação externa, isto é, as interações em forma de likes, que as pessoas do nosso entorno, direto e indireto nos proporcionam.

E são precisamente essas interações de gosto positivo ou likes as que reforçam o valor da nossa imagem pessoal e a atenção da mesma, dado que através dessa imagem captamos uma audiência anónima que segue os nossos passos na rede, uma vez que se identifica ou se sente agradado pelo que contamos ou mostramos e pela forma em que o fazemos. É neste contexto, no qual o individuo reforça o seu sentido de identificação e o seu sentimento de pertença social, fortalecendo aquelas características da sua personalidade que, canalizados através da imagem, são capazes de gerar o agrado dos outros que, por sua vez, se desenvolvem pessoal e socialmente sob os mesmos cânones e comportamentos.

Vivemos um momento no qual a imagem pessoal ganha mais força do que nunca, adquire dupla interpretação, a física e a virtual, e não é de estranhar que surja um enorme nicho de mercado laboral no que respeita ao cuidado da mesma.

A primeira impressão, hoje em dia começa antes de conhecer a pessoa “em pessoa”. Cada vez são mais as empresas que, quando dão início a um processo de seleção de candidatos, fazem um prévio estudo dos mesmos na rede.

Mais, por vezes pensamos que conhecemos as pessoas pela imagem que constroem nas redes sociais, a qual não é precisamente real.

 

O efeito Halo

A primeira impressão é indiscutivelmente importante para a pessoa ao desenvolver-se em sociedade. A primeira visão que tenhamos da mesma pode marcar ou condicionar o seu desenvolvimento futuro ou a relação futura que desenvolveremos para com a mesma.

Isto é o que se denomina Efeito Halo: efeito, de carácter cognitivo e percetivo, desenvolvido por Edward Thorndike nos seus estudos sobre os erros constantes na classificação psicológica e, apesar de que se refira a âmbitos como o educativo ou político, a verdade é que ganha um valor especial na moda em relação à exposição e disposição a julgar pela estética.

Em resumo, o cuidado da imagem pessoal é importante porque fará com que se obtenha um estilo próprio, uma personalidade e um comportamento que atuem como exercício distintivo numa sociedade onde o cuidado e a projeção que alcança o valor estético do individuo são essenciais.

Características pessoais em relação à imagem pessoal

Vejamos agora que características podemos inferir de uma pessoa em relação à imagem pessoal que mostra e ao cuidado da mesma:

  1. A importância da imagem pessoal

Quando o indivíduo se apresenta perante nós podemos observar, na sua indumentária, cuidado facial e capital e nos seus gestos a importância que dá à imagem pessoal e até que ponto se preocupa por ela.

  1. A sua posição na sociedade

As marcas que usa, o estilo – mais clássico ou mais vanguardista – vai-nos indicar informação sobre a posição social da pessoa, em relação à sua profissão, às marcas que use e à estética que adote.

  1. A sua personalidade

Se a pessoa tem uma atitude positiva ou extrovertida, o veremos, por exemplo, pela opção de cor que tome no momento de escolher os seus total looks ou acessórios. Se, pelo contrário, encontramos alguém tímido, reservado, que leva tudo demasiado a sério, ou cujo carácter é introvertido, observaremos que as suas escolhas são mais básicas e neutras para não chamar a atenção.

  1. O seu estilo de vida

Por exemplo, se uma pessoa tem um estilo de vida muito sedentário, normalmente não dará muita importância ao aspeto da sua roupa e será mais frequente vê-la com looks mais informais ou descuidados e, até, com peças de roupa muito amarrotadas. Contudo, uma pessoa muito ativa, cuida a sua imagem pessoal mais ou menos, mas sempre oferece uma versão de si mesma mais dinâmica e isto reflete-se naquilo que veste.

  1. A sua idade e a aceitação que tenha de si mesma

Em relação à imagem adotada, as pessoas tendem a projetar uma idade, maior ou menor e, em geral, e de forma proporcionalmente vinculada à aceitação têm da mesma.

  1. O seu nível de exposição na rede

Na medida em que observemos a importância para si mesma dos seus dispositivos móveis e ao estilo de vida que adota.

  1. Os seus complexos

À medida em que sempre se tente tapar as coisas que de que não gosta de si, muitas vezes convertendo esses pontos negativos em autênticas obsessões que chegam a ter um efeito contraproducente uma vez que, em muitos casos, se concentra a atenção naquilo que se tenta ocultar com afinco.

  1. A necessidade de cumplicidade social que a pessoa requer

Na medida em que requeira que constantemente rejeitem ou aprovem o seu estilo ou a sua imagem, perguntando e interessando-se sempre por isso ou, pelo contrário, sentindo-se profundamente afetada e mostrando-se tremendamente sensível perante qualquer comentário ou objeto de critica que algum aspeto da sua imagem possa causar.

  1. A segurança que a pessoa tenha de si mesma

Isto aprecia-se tanto na sua atitude perante a vida, com os seus movimentos, o seu passo ao andar ou, simplesmente, o tom de conversa e o nível de olhar que utilize nas suas diferentes interações sociais. Além do mais, na escolha da roupa, cores, a disposição do cabelo (se tapa o rosto ou não) etc…

  1. Autoconhecimento que a pessoa tem de si mesma

Em relação ao seu corpo, a sua silueta, os seus pontos fortes e débeis e os aspetos que ressalte, e esconda ou acentue.

  1. O seu gosto estético

Pode ser dependente ou independente, em relação a se coincide com as tendências que marca a sociedade e, portanto, com os gostos de uma coletividade ou se, pelo contrário, é totalmente oposto aos usos socialmente aceites e se desenvolva de uma forma original e distintiva.

  1. Comportamento e comunicação e a importância que a pessoa dá a estes elementos

Em relação à sua educação e ao seu nível de exposição social. Há pessoas para as quais é inadmissível apresentar-se em público com o cabelo ou com os sapatos sujos, há outras que não. Esta atitude em relação à imagem pessoal fala-nos do comportamento social do indivíduo e os seus dotes de comunicação: como os utiliza, que importância lhe dá ou que mensagem quer transmitir com a sua estética, comportamento ou gestos.

  1. O sentido do protocolo e correção que a pessoa possui

Em relação a se é consequente com o que socialmente se espera da mesma na sua participação em diferentes âmbitos da vida social dos que, num momento ou outro, há-de formar parte.

  1. A linguagem dos acessórios, o seu conhecimento e a exploração e utilização dos mesmos que a pessoa faça.

Demos mais ou menos importância ao exterior, é indiscutível que a primeira impressão está baseada no aspeto exterior e, sobretudo, na imagem pessoal que se desprenda do estilismo que usamos. Gostaríamos que compartisse conosco se alguma vez o seu estilismo lhe fez passar um mau bocado, ou se já o ajudou a aceder a melhores recursos. Deixe o seu comentário!